sábado, 22 de dezembro de 2012

Rotulagem de transgênicos ainda em pauta


A briga entre indústrias alimentícias e organização de direitos do consumidor em torno da obrigatoriedade de uma rotulagem específica para produtos que contenham ingredientes transgênicos, iniciada em 2001, pode estar próxima do fim. Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados e prestes a ser votado na próxima semana, define que o aviso só será obrigatório quando mais de 1% do produto final for composto por algum organismo geneticamente modificado (OGM) - uma exigência já estabelecida por meio do decreto 4680 desde 2003.
Porém, em outubro deste ano, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) ganhou uma ação no Tribunal Regional Federal (TRF) ao definir que produtos que contenham qualquer quantidade de OGM apresente um aviso na embalagem. A obrigatoriedade seria válida até mesmo para alimentos altamente processados, como papinhas de bebês, cuja presença de transgênicos não é fácil de diagnosticar.
No processo, a União e a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) argumenta que a exigência já estabelecida pelo decreto de 2003 contempla a advertência necessária. Por esse ponto de vista, a ação do Idec perde força, ainda mais se for levado em consideração os custos das empresas com testes adicionais que no final das contas poderiam ser repassados aos preços para o consumidor.
Em contrapartida, desembargadores que avaliam o processo compreendem a solicitação do Idec, apoiado pelo Ministério Público Federal (MPF), sobre a exigência de rotulagem para qualquer percentual de transgênico nos produtos. Na ação, o instituto pede ainda a adoção de medidas fiscalizatórias pelo governo incluindo o recolhimento de produtos em caso de desobediência. Sobre o risco de alta nos custos alegado pelas empresas, o procurador regional da República Nicolao Dino Neto, ressalta que a Abia não conseguiu demonstrar qual seria "o ônus adicional para as indústrias cumprirem a medida", afirma ele.
O Idec defende sua posição apoiado no Código de Defesa do Consumidor, que prevê a necessidade do comprador ter conhecimento pleno do que consome. Segundo o instituto, o projeto de lei que tramita pela Câmara não "traduz a vontade da população em saber se o alimento é ou não é transgênico". O argumento é apoiado em uma pesquisa da própria entidade ao apontar que mais de 70% da população prefere ter informações claras sobre organismos modificados nas embalagens dos produtos. Questionado se ação ganha na Justiça será respeitada, o órgão respondeu que acredita que sim.
A Abia informou, por meio de nota, que é "extremamente favorável à adequada informação ao consumidor". Porém, a associação diz que "não concorda com a inclusão de símbolos nas embalagens que representem perigo ou despertem medo ou insegurança no consumidor. No processo, a associação que representa as indústrias informou que o alimento aprovado para consumo não traz riscos à saúde para quem os consome, pois foi aprovado pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), órgão que libera os transgênicos no país.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Consumidor quer produtos que respeitem o bem-estar animal

Cada vez mais exigentes, os consumidores têm demonstrado interesse em investir em produtos nos quais todo o processo de produção seja realizado de acordo com as recomendações mínimas para garantir o bem-estar dos animais, mesmo que isso signifique mais custo. Um estudo realizado com cerca de 500 pessoas nas gôndolas de supermercado de Curitiba (PR), comprovou que, após visualização de fotos de diferentes sistemas de produção de aves, a importância dada ao bem-estar na decisão de compra aumentou em cinco vezes, passando a figurar entre as principais.
Inicialmente, os entrevistados eram convidados a listar as características com maior peso em sua decisão de compra (validade, preço, cor, odor etc). O bem-estar animal foi considerado pela minoria, em apenas 4% das respostas. Em seguida, foram mostradas imagens que, além das características da carne, também apresentavam os diferentes sistemas de produção: intensivo e semiintensivo, sendo que o segundo privilegia em maior grau o bem-estar animal. Novamente questionados, os mesmos entrevistados mudaram sua concepção e o atributo “bem-estar animal” passou a estar entre os três índices de maior importância, com 24%, precedido apenas por preço (34%) e tipo de carne (27%). Na simulação de mercado, 71% dos consumidores pagariam mais por produtos com certificação de bem-estar animal e carne firme e rosa, constatou o estudo.
A pesquisa, orientada pela Médica Veterinária Carla Molento, membro da Comissão de Ética, Bioética e Bem-estar Animal do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), constatou que se o consumidor tiver conhecimento sobre o sistema de criação de animais, ele terá outra percepção de valor sobre o produto e poderá pagar mais por isso. Essa tendência de mercado também é comprovada em outros trabalhos nacionais e internacionais. O produtor e a indústria precisam estar atentos e se antecipar a essa nova demanda da sociedade.
Novas tecnologias - Com o intuito de discutir essas e outras questões de interesse da cadeia produtiva e bem-estar animal, o Conselho Federal de Medicina Veterinária realiza o V Encontro de Ética e Bem-estar Animal em Florianópolis/SC, nesta quinta-feira, 22 de novembro.
Dentre as apresentações, está programada uma mesa redonda que debaterá especificamente a relação entre o bem-estar animal e as certificações de produtos. “Além dos produtores, os Médicos Veterinários e Zootecnistas devem se preocupar, pois a certificação é um mercado de trabalho que se abre, motivado pela preocupação do consumidor”, avalia o Presidente da Comissão de Ética Bioética e Bem-estar Animal do CFMV, Alberto Neves Costa. Ele explica que há um crescimento do consumidor consciente que se interessa pelos sistemas de produção e pela segurança alimentar.
O evento discutirá ainda o Bem-estar Animal na Produção; Ética e Métodos Substitutivos ao uso de animais no ensino e Pesquisa; e o Controle da Dor, Eutanásia e Abate em animais. A quinta edição do evento encerra um ciclo de palestras realizado em todas as regiões brasileiras.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Café pode reduzir risco de morte por câncer de boca e garganta




Estudo da American Cancer Society descobriu uma ligação entre o consumo de café e a redução do risco de morte por câncer de boca e garganta.
Pessoas que bebem mais de quatro xícaras de café por dia têm metade da probabilidade de morrer da doença em comparação com aquelas que bebem café ocasionalmente ou não bebem.
A equipe analisou o consumo de café e chá entre pessoas inscritas em um estudo nacional iniciado em 1982. Entre 968.432 homens e mulheres que estavam livres do câncer no momento da inscrição, 868 morreram de câncer de boca e garganta durante 26 anos de acompanhamento.
Beber mais do que quatro xícaras de café por dia foi associado a um risco 49% menor de morte por câncer oral / faringe em relação a nenhum consumo da bebida. Nenhuma relação significativa foi encontrada entre o café descafeinado, e nenhuma ligação para o chá.
"Nós não estamos recomendando às pessoas que bebam quatro xícaras de café por dia. Esta é apenas uma boa notícia para aqueles que gostam de café. É preciso haver mais pesquisas consistentes antes de podermos apoiar a conclusão de que o café deve ser consumido para a prevenção do câncer", afirma a autora Janet Hildebrand.
Hildebrand e seus colegas planejam estudar o risco da incidência de câncer e consumo de café entre uma população mais diversificada, com pelo menos 300 mil adultos de diversas origens étnicas / raciais de todo os EUA.
Estudos anteriores também sugeriram que o café está associado a um risco reduzido da doença. O café contém antioxidantes, polifenois e outros compostos que podem ajudar a proteger contra o desenvolvimento ou a progressão do câncer. Ainda assim, os fatores de risco para o câncer de boca e garganta são o uso de tabaco e álcool e a infecção pelo papilomavírus humano (HPV).
Muitas vezes, o câncer de boca e garganta não causa sintomas até que alcance um estágio avançado, ou pode causar sintomas semelhantes aos causados por outras doenças, como uma dor de dente. O sintoma mais comum é uma ferida na boca que não cicatriza. Outro sintoma muito comum é a dor persistente na boca.